Ao justo, nenhum temor inspira a morte, porque, com a fé, tem ele a certeza do futuro. A esperança o fará contar com uma vida melhor; e a caridade, a cuja lei obedece, lhe dá a segurança de que, no mundo para onde terá de ir, nenhum ser encontrará cujo olhar lhe seja de temer.
O homem carnal, mais preso à vida corpórea do que à vida moral tem, na Terra, penas e gozos materiais. Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, se conserva numa ansiedade e tortura perpétuas. Pela dúvida do futuro, a morte o assusta, pois teme deixar no mundo todas as suas afeições e esperanças.
O homem moral, que se colocou acima das necessidades factícias criadas pelas paixões, já neste mundo experimenta gozos que o homem material desconhece. A moderação de seus desejos lhe dá ao Espírito calma e serenidade. Ditoso pelo bem que faz, não há para ele decepções, e as contrariedades lhe deslizam por sobre a alma sem nenhuma impressão dolorosa deixarem.
(O Livro dos Espíritos, p. 941)
Mais sobre o assunto, na palestra de Cosme Massi (link abaixo):
TOLERÂNCIA, PRUDÊNCIA E MODERAÇÃO
https://www.youtube.com/watch?v=SbqXxlE19UI