O HOMEM MATERIAL E O HOMEM MORAL

Para muitas pessoas, o temor da morte é uma causa de perplexidade. Mas, que queres! Se procuram persuadi-las, quando crianças, de que há um inferno e um paraíso e que mais certo é irem para o inferno, visto que também lhes disseram que o que está na Natureza constitui pecado mortal para a alma!
Sucede então que, tornadas adultas, essas pessoas, se algum juízo têm, não podem admitir tal coisa e se fazem atéias, ou materialistas. São assim levadas a crer que, além da vida presente, nada mais há. Quanto aos que persistiram nas suas crenças da infância, esses temem aquele fogo eterno que os queimará sem os consumir.

720Ao justo, nenhum temor inspira a morte, porque, com a fé, tem ele a certeza do futuro. A esperança o fará contar com uma vida melhor; e a caridade, a cuja lei obedece, lhe dá a segurança de que, no mundo para onde terá de ir, nenhum ser encontrará cujo olhar lhe seja de temer.

O homem carnal, mais preso à vida corpórea do que à vida moral tem, na Terra, penas e gozos materiais. Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, se conserva numa ansiedade e tortura perpétuas. Pela dúvida do futuro, a morte o assusta, pois teme deixar no mundo todas as suas afeições e esperanças.

O homem moral, que se colocou acima das necessidades factícias criadas pelas paixões, já neste mundo experimenta gozos que o homem material desconhece. A moderação de seus desejos lhe dá ao Espírito calma e serenidade. Ditoso pelo bem que faz, não há para ele decepções, e as contrariedades lhe deslizam por sobre a alma sem nenhuma impressão dolorosa deixarem.
(O Livro dos Espíritos, p. 941)

Mais sobre o assunto, na palestra de Cosme Massi (link abaixo):

TOLERÂNCIA, PRUDÊNCIA E MODERAÇÃO
https://www.youtube.com/watch?v=SbqXxlE19UI

Deixe um comentário