Fazei o bem àqueles que vos odeiam e orai por aqueles que vos caluniam; se não fazeis o bem senão àqueles que vos amam, que recompensa disso tereis? Acaso os maus não o fazem também?
Sede felizes quando os atos dos outros vos propiciar ocasião de provar a sinceridade da vossa fé; o mal que vos fazem reverte em vosso proveito, se não vos fizerdes como eles, se não reagirdes aos ataques, se não lançar-lhes injúrias nem desejar-lhes o mal.
Observando os resultados de todos os defeitos dos sentimentos inferiores, como a ofensa, a ira, o ressentimento, percebemos que não há nenhum que não altere – mais ou menos – o sentimento da caridade, pois todos têm seu princípio no egoísmo e no orgulho; ora, tudo o que superexcita o sentimento da personalidade destrói ou enfraquece os elementos da verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência e o perdão.
Façamos todo o bem que pudermos sem, com isso, condenar aqueles que julgamos estar em erro; que os lamentemos pelas dívidas que acumulam para si, mas não lhes lancemos injúrias.
Os erros dos outros são dívidas dos outros; mas a nossa reação negativa a estes erros, seja em pensamentos, em sentimentos ou em atos, converge em dívidas para nós mesmos.
Nosso único inimigo chama-se ORGULHO. Combatamos o orgulho, pois se sofremos o orgulho-ferido é porque somos orgulhosos; o orgulho perdeu o homem na Terra, disse Jesus.
Ajudemo-nos, irmãos da luta terrena, com a abnegação que necessitamos para nos libertarmos – mais rapidamente – das falhas morais que trazemos, como a tola vaidade, a cobiça e o interesse pessoal, mazelas estas que nos tornam insensíveis às suaves consolações da prece.
Bendito é o sofrimento que desperta-nos ao raciocínio outrora amolentado, entorpecido pelos vermes da vaidade e do egoísmo. Eis a razão pela qual disse o Cristo: “Bem aventurados os aflitos, porque deles é o reino dos céus.”
Que o estudo nos transforme de dentro para fora; que a prece nos sustente na medida da nossa fé; que os ensinamentos redivivos de Jesus iluminem nossos sentimentos a fim de que não nos falte equilíbrio nos momentos de sofrimentos maiores que, cedo ou tarde, todos hão de enfrentar.
(Contém trechos compilados de: O Evangelho Segundo o Espiritismo)